Português/Escolas literárias/Brasil/Romantismo: diferenças entre revisões

Origem: Wikilivros, livros abertos por um mundo aberto.
[edição não verificada][edição não verificada]
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
violação dos direitos autorais
Linha 1: Linha 1:
=== Contexto histórico ===
=== Contexto histórico ===
O dia 14 de julho de 1789 amanheceu nublado em Paris. Sinal da tempestade que viria quando a multidão, reunida na frente do Hôtel de Ville, sede da prefeitura e local de reunião dos revoltosos, marchasse em direção à prisão de Bastilha.
Símbolo do despotismo, a prisão do Estado representava o poder da nobreza, que, graças às cartas assinadas em branco pelo rei, para lá enviava seus desafetos. Muitos deles não chegavam nem mesmo a ser informados dos seus “delitos”. A massa humana que marchou em direção à Bastilha era composta de guardas, marceneiros, sapateiros, diaristas, escultores, operários, negociantes de vinhos, chapeleiros, alfaiates e outros artesãos. Era o povo de Paris que pegava em armas e, à força, transformava em realidade os ideais defendidos pelos filósofos iluministas.
A Revolução Francesa havia começado. Suas consequências mudariam o perfil político, social e cultural da Europa. O Século das Luzes havia chegado ao fim.

'''“Nós, o povo”'''

A Revolução Francesa dá destaque a uma nova personagem na cena europeia: o povo. Os heróis solitários se tornaram elementos do passado. Agora, quem faz a história, pela força de seus braços e pela convicção de seus ideais, é o indivíduo.
Em meio a todos os acontecimentos desencadeados pela tomada do poder, na França, a Assembleia Nacional Constituinte começou a elaborar os artigos da nova constituição. Uma pequena comissão de deputados decidiu redigir, para a futura carta francesa, uma introdução intitulada “Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão”. Nela, estariam definidos os principais anseios da revolução.
Aprovado em 1789, o texto resumia os direitos básicos da sociedade moderna. Em todos eles se pode identificar o desejo da autonomia da burguesia, que, como classe universal, falava em nome do povo inteiro e tomava para si a tarefa de emancipar o mundo do feudalismo e dos privilégios da monarquia.

'''O nascimento do cidadão'''

A influência dos principais filósofos iluministas e do texto da Declaração de Independência dos Estados Unidos foi decisiva para a redação final dos 17 artigos da “Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão”.
Após séculos de segregação, exploração e sofrimento nas mãos da monarquia, o homem comum tem sua liberdade e igualdade afirmadas e, mais importante, transforma-se em cidadão. Agora ele é súdito de leis que existem para assegurar seus direitos, desde que elas sejam a expressão da vontade geral.
Por trás dos artigos, podem ser identificadas as ideias do filosofo iluminista Jean-Jacques Rousseau, que defendera anos antes o estabelecimento de um contrato de igualdade de todos perante as leis.

'''Da revolução política à revolução econômica'''

A queda da monarquia, na França, abalou as monarquias absolutistas europeias e desencadeou uma série de transformações políticas em outros países.
Na Inglaterra, onde a monarquia era mais estável, as mudanças aconteceram no terreno econômico. Em meados do século XVIII, o país começou a acompanhar a passagem do modo de produção artesanal para o fabril. A máquina de vapor, os motores movidos a carvão e os teares mecânicos multiplicaram o rendimento do trabalho e aumentaram muito o ganho do burguês dono do capital e dos meios de produção: depois de fazer a fortuna com o comércio, ele investiu nas fábricas e passou a acumular lucros cada vez maiores.
Com isso, alteram-se as relações sociais, que colocam, de um lado, os empresários (capitalistas), detentores do capital, dos imóveis, das máquinas, da matéria-prima e dos bens produzidos pelo trabalho, e, de outro, o proletariado, que vende sua força de trabalho e produz mercadorias em troca de salários.
No início do século XIX, a Inglaterra estava em plena Revolução Industrial. Ferrovias foram construídas para melhorar a distribuição da produção fabril pelo país. A instalação das fábricas próximas aos centros urbanos atraiu um significativo número de camponeses, que abandonaram o campo em busca da promessa de prosperidade associada ao crescimento do comércio e da zona urbana.
A onda de progresso tecnológico se expande da Inglaterra para outros países da Europa e consolida as chamadas revoluções burguesas do século XVIII. Juntas, a Independência dos Estados Unidos, a Revolução Francesa e a Revolução Industrial – período conhecido como “A Era das Revoluções”, por Eric Hobsbawm – determinaram a queda do Antigo Regime e consolidaram o capitalismo como novo sistema econômico.

=== Características ===
=== Características ===

Até o século XVIII, a arte sempre esteve voltada para os nobres e seus valores. Quando o burguês conquista poder político, precisa criar suas referências artísticas, definir padrões estéticos nos quais se reconheça e que o diferenciem da nobreza deposta. É nesse contexto que o movimento romântico surge, provocando uma verdadeira revolução na produção artística.
Para romper com a postura racional da estética árcade, o movimento romântico interpreta a realidade pelo filtro da emoção. Combinada à originalidade e ao subjetivismo, a expressão das emoções definirá os princípios da nova produção artística.
O romântico considera a imaginação superior à razão e à beleza, porque ele não conhece limites. Por esse motivo, a originalidade substitui a imitação, que desde a Antiguidade clássica orientava o olhar do artista para o mundo, no processo de criação. Livres da influência passada, os novos artistas encontram na própria individualidade, traduzida pelas emoções que sentem, as referências para a interpretação da realidade.
A estética romântica substitui a exaltação da nobreza pela valorização do individuo e de seu caráter. Em lugar de louvar a beleza clássica, que exige uma natureza e um físico perfeitos, o novo artista elogia o esforço individual, a sinceridade – apesar de não retratá-la sempre nas suas obras –, o trabalho. Pouco a pouco, os valores burgueses vão sendo apresentados como modelos de comportamento social nas obras de arte que começam a ser produzidas.
As palavras de Jean-Jacques Rousseau resumem a essência do olhar romântico para o mundo: tudo o que é escrito parte de uma perspectiva individual e, portanto, subjetiva:
'' Tomo uma resolução de que jamais houve exemplo e que não terá imitador. Quero mostrar aos meus semelhantes um homem em toda a verdade de sua natureza, e esse homem serei eu. Somente eu. Conheço meu coração e conheço meus homens. Não sou da mesma massa daqueles com quem lidei; ouso crer que não sou feito como os outros. Mesmo que não tenha maior mérito, que pelo menos sou diferente.''

=== Principais representantes ===
=== Principais representantes ===
*{{w|Gonçalves de Magalhães}}
*{{w|Gonçalves de Magalhães}}

Revisão das 19h28min de 23 de agosto de 2011

Contexto histórico

Características

Principais representantes

Esta página é somente um esboço.
Ampliando-a você ajudará a melhorar o Wikilivros.
Wikipedia
Wikipedia
A Wikipédia tem mais sobre este assunto:
Romantismo