António Vitorino

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
António Vitorino
António Vitorino
António Vitorino
Ministro(a) de Portugal
Período XIII Governo Constitucional
  • Ministro da Presidência
    e Ministro da Defesa Nacional
Dados pessoais
Nascimento 12 de janeiro de 1957 (67 anos)
Lisboa
Partido Partido Socialista

António Manuel de Carvalho Ferreira Vitorino GCCGCIH (Lisboa, 12 de Janeiro de 1957) é um advogado e político português.[1]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Licenciado em Direito (1981) e mestre em ciências jurídico-políticas (1986), foi assistente da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa (1982-2007) e dos Departamentos de Direito da Universidade Autónoma de Lisboa (1985-1995) e da Universidade Internacional em Lisboa (1998-1999).

Admitido em 1983 na Ordem dos Advogados Portugueses, é sócio da Cuatrecasas, Gonçalves Pereira & Associados, sociedade de advogados que sucedeu à Gonçalves Pereira, Castelo Branco & Associados, fundada por André Gonçalves Pereira e Manuel Castelo Branco; aqui António Vitorino coordena a área de Direito da União Europeia e colabora na área de Direito Público[2]

Além de advogado, Vitorino desempenha cumulativamente cargos em 12 empresas diferentes, sendo presidente de assembleias-gerais e de conselhos fiscais, bem como vogal em administrações. É, designadamente, administrador da Siemens Portugal, presidente da assembleia-geral da Brisa, da Finipro, da Novabase e do Banco Caixa Geral Totta de Angola (BCGTA), bem como presidente do conselho de administração da Fundação Res Publica, ligada ao Partido Socialista. Foi presidente da Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva (2007-2009).

Também é professor convidado da Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa e da Faculdade de Direito da Universidade Católica Portuguesa.

Carreira política[editar | editar código-fonte]

António Vitorino aderiu à Juventude Socialista, a JS do PS, quando estudava no Liceu Camões, em Lisboa.

Não obstante a sua filiação, viria depois a aproximar-se de outros grupos, como a Frente Socialista Popular, o Movimento Socialista Unificado, em 1976, e ainda a União da Esquerda para a Democracia Socialista (UEDS), em 1978.

Em 1980 foi eleito, pela primeira vez, Deputado à Assembleia da República, nas listas da UEDS, através da coligação Frente Republicana e Socialista. Foi, depois, sucessivamente eleito em cinco legislaturas, sempre pelo PS, até 2006.

Foi igualmente Deputado ao Parlamento Europeu (1994-1995), onde presidiu à Comissão das Liberdades Cívicas e dos Assuntos Internos.

Várias vezes chamado a funções governativas, estreou-se em 1983 como Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares no IX Governo Constitucional de Portugal (1983-1985). A seguir, na Região de Macau foi Secretário-Adjunto do Governador (1986-1987).

Em 1989 foi eleito pela Assembleia da República, Juiz Conselheiro do Tribunal Constitucional, sob indicação do Partido Socialista, cargo que exerceu desde 1989 a 1994.

António Vitorino, no centro da imagem, enquanto Ministro da Defesa, em 1996

Com António Guterres exerceu no período de dois anos os cargos de Ministro da Presidência, primeiro, e Ministro da Defesa Nacional no XIII Governo Constitucional de Portugal, depois (1995-1997). Demitiu-se, em novembro de 1997, após ser questionado pela comunicação social sobre a falta do pagamento de uma parte do imposto da sisa por um monte no Alentejo, não tendo aguardado pela publicação das notícias, apesar do apelo do primeiro-ministro, António Guterres, para que reconsiderasse a decisão. No entanto, a Direção-Geral dos Impostos concluiu pela existência de um pagamento de seis contos a mais do que o devido pelo imposto da sisa, ilibando António Vitorino.[3][4]

Em 1999 foi indicado para Comissário Europeu, sendo-lhe atribuída a responsabilidade pela Justiça e Assuntos Internos (1999-2004).

É Irmão duma Loja Maçónica afecta ao Grande Oriente Lusitano.[5][6]

Foi Comentador no Telejornal de Domingo à noite da RTP1, numa rubrica intitulada "Notas Soltas".

A 9 de Junho de 2014, foi agraciado com o grau de Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo.[7]

A 12 de Dezembro de 2017, foi proposto pelo Governo de Portugal para Diretor-Geral da Organização Internacional para as Migrações (OIM).[8][9] A 29 de Junho de 2018, foi eleito pelos estados-membros diretor-geral da Organização Internacional para as Migrações, iniciando funções em outubro de 2018 para um mandato de cinco anos (2018-2023).[10][11] Em maio de 2023, ao tentar a candidatura a um segundo mandato como diretor-geral da Organização Internacional para as Migrações, a candidata apoiada pelos Estados Unidos e vice-diretora-geral para a Gestão e Reforma da Organização, Amy Pope, obteve 98 votos contra 67 de António Vitorino, apoiado por Portugal e pela União Europeia. Assim, apesar de Amy Pope não ter atingido os dois terços dos votos necessários à eleição na primeira volta, António Vitorino retirou a sua candidatura por ter ficado em segundo lugar. Cessou funções como diretor-geral da Organização Internacional para as Migrações a 29 de setembro de 2023.[12][13]

A 22 de dezembro de 2023, foi agraciado com o grau de Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique.[7]

Condecorações[7][14][editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «António Manuel Vitorino». Assembleia da República. Consultado em 9 de maio de 2009 
  2. «Socialista António Vitorino desempenha cargos em 12 empresas distintas» 
  3. Apanhados? Os políticos que andaram com os impostos às costas, Observador 10.03.2015
  4. A Mediatização do Escândalo Político em Portugal no Período Democrático: padrões de cobertura jornalística nos seminários de referência - Tese de doutoramento de Bruno Ricardo Vaz Paixão em Ciências da Comunicação, no ramo de Estudos do Jornalismo, apresentada ao Departamento de Filosofia, Comunicação e Informação da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra
  5. Maçonaria, Tretas
  6. Espiões (SIS, SIED, SIRP) na Maçonaria, Portugal Esotérico.org, 12 de Setembro de 2010, pela revista Sábado em 24 de Fevereiro de 2009.
  7. a b c «Entidades Nacionais Agraciadas com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "António Manuel de Carvalho Ferreira Vitorino". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 19 de janeiro de 2024 
  8. Candidatura de António Vitorino a Diretor-Geral da Organização Internacional para as Migrações Government of Portugal, press release of 12 de Dezembro de 2017.
  9. João Pedro Henriques (30 de Dezembro de 2017), Vitorino na OIM. Um impulso de fora para dentro Diário de Notícias.
  10. http://www.iom.int/news/antonio-manuel-de-carvalho-ferreira-vitorino-elected-new-director-general-un-migration-agency
  11. UN migration agency picks new, Portuguese leader Associated Press, 29 de Junho de 2018.
  12. DN (15 de maio de 2023). «António Vitorino retirou-se da eleição para a liderança da OIM». Consultado em 19 de novembro de 2023 
  13. Lusa (29 de setembro de 2023). «António Vitorino: diretor-geral da OIM despede-se duma agência "mais autoconfiante"». Consultado em 19 de novembro de 2023 
  14. «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Estrangeiras». Resultado da busca de "António Vitorino". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 7 de julho de 2014 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Precedido por
Cargo vago
Anterior titular:
Fernando Nogueira
(1987–95)
Ministro da Presidência
XIII Governo Constitucional
1995 – 1997
Sucedido por
Cargo vago
Titular seguinte:
Jorge Coelho
(1999–2000)
Precedido por
António Figueiredo Lopes
Ministro da Defesa Nacional
XIII Governo Constitucional
1995 – 1997
Sucedido por
José Veiga Simão
Ícone de esboço Este artigo sobre um político português é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.
Ícone de esboço Este artigo sobre Maçonaria é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.