Mestre Eckhart

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Mestre Eckhart
Mestre Eckhart
Esculturas de Eckhart (à esquerda) ao lado de João I de Brabante (à direita) numa igreja em Colônia
Nascimento 1260
Próximo de Gota, Turíngia, Sacro Império Romano-Germânico
Morte 1328 (cerca de 68 anos)
Colônia ou Avignon
Ocupação Filósofo, teólogo
Escola/tradição Neoplatonismo, intelectualismo teológico
Principais interesses Religião, espiritualidade, teologia, mística.

Eckhart de Hochheim, O.P. (Tambach, Turíngia, 1260Colônia, 1328), mais conhecido como Mestre Eckhart (em alemão: Meister Eckhart), em reconhecimento aos títulos acadêmicos obtidos durante sua estadia na Universidade de Paris, foi um frade dominicano, reconhecido por sua obra como teólogo e filósofo e por seu misticismo. Ele é considerado como um dos grandes símbolos do espírito intelectual da Idade Média.[1]

Eckhart ganhou destaque durante o Papado de Avignon, em um momento de tensões crescentes entre as ordens monásticas, o clero diocesano, a Ordem Franciscana e a Ordem Dominicana de Eckhart. Mais tarde, foi acusado de heresia e levado à Inquisição local, liderada pelos franciscanos, e julgado como herege pelo papa João XXII com a bula In Agro Dominico de 27 de março de 1329. Ele parece ter morrido antes de seu veredicto ser recebido.[2]

Ele era bem conhecido por seu trabalho com grupos leigos piedosos como os Amigos de Deus e foi sucedido por seus discípulos mais circunspectos Johannes Tauler e Henry Suso, que mais tarde foi beatificado. Desde o século 19, ele tem recebido atenção renovada. Ele adquiriu um status como um grande místico dentro da espiritualidade popular contemporânea, bem como um interesse considerável de estudiosos que o situam dentro da tradição escolástica e filosófica medieval.[3]

Carreira[editar | editar código-fonte]

Provavelmente por volta de 1278 Eckhart juntou-se ao convento dominicano de Erfurt, quando tinha cerca de dezoito anos. Supõe-se que ele estudou em Colônia antes de 1280.[4] Ele também pode ter estudado na Universidade de Paris, antes ou depois de seu tempo em Colônia.[5]

A primeira evidência sólida que temos de sua vida é quando, em 18 de abril de 1294, como um baccalaureus (conferencista) sobre as Sentenças de Pedro Lombardo, um cargo para o qual ele presumivelmente havia sido nomeado em 1293, ele pregou o Sermão da Páscoa (o Sermo Paschalis) no convento dominicano de St. Jacques, em Paris. No final de 1294, Eckhart foi feito Prior em Erfurt e Provincial Dominicano da Turíngia, na Alemanha. Sua primeira obra vernacular, Reden der Unterweisung (As Conversas de Instruções/Conselhos sobre o Discernimento), uma série de palestras proferidas aos noviços dominicanos, data dessa época (c. 1295–1298).[6] Em 1302, ele foi enviado a Paris para assumir a cadeira externa dominicana de teologia. Lá permaneceu até 1303. As curtas Perguntas Parisienses datam dessa época.[7]

No final de 1303, Eckhart retornou a Erfurt e recebeu o cargo de superior provincial para a Saxônia, uma província que chegava na época dos Países Baixos à Livônia. Com isso, foi responsável por quarenta e sete conventos na região. As queixas feitas contra o superior provincial de Teutônia e ele no capítulo geral dominicano realizado em Paris em 1306, sobre irregularidades entre os ternários, devem ter sido triviais, porque o general, Aymeric de Piacenza, nomeou-o no ano seguinte como seu vigário-geral para a Boêmia, com pleno poder para colocar em ordem os mosteiros desmoralizados lá. Eckhart foi provincial da Saxônia até 1311, período em que fundou três conventos para mulheres lá.[8]

Em 14 de maio de 1311, Eckhart foi nomeado pelo capítulo geral realizado em Nápoles como professor em Paris. Ser convidado de volta a Paris para uma segunda temporada como magister foi um privilégio raro, anteriormente concedido apenas a Tomás de Aquino. Eckhart permaneceu em Paris por dois anos acadêmicos, até o verão de 1313, vivendo na mesma casa que o inquisidor Guilherme de Paris.[9]

Segue-se um longo período do qual se sabe apenas que passou parte do tempo em Estrasburgo.[10] Não está claro que cargo específico ele ocupou lá: ele parece ter se preocupado principalmente com a direção espiritual e com a pregação em conventos de dominicanos.[11]

Uma passagem de uma crônica do ano de 1320, existente em manuscrito (cf. Wilhelm Preger, i. 352-399), fala de um Eckhart anterior em Frankfurt que era suspeito de heresia, e alguns historiadores ligaram isso a Meister Eckhart.

Acusação de heresia[editar | editar código-fonte]

No final de 1323 ou início de 1324, Eckhart deixou Estrasburgo para a casa dominicana em Colônia. Não está claro exatamente o que ele fez lá, embora parte de seu tempo possa ter sido gasto ensinando no prestigiado Studium na cidade. Eckhart também continuou a pregar, abordando seus sermões durante um período de desordem entre o clero e as ordens monásticas, o rápido crescimento de numerosos grupos leigos piedosos e as preocupações contínuas da Inquisição sobre os movimentos heréticos em toda a Europa.[12]

Parece que algumas das autoridades dominicanas já tinham preocupações com os ensinamentos de Eckhart. O Capítulo Geral Dominicano, realizado em Veneza na primavera de 1325, havia se manifestado contra "os frades em Teutônia que dizem coisas em seus sermões que podem facilmente levar pessoas simples e incultas ao erro". Essa preocupação (ou talvez preocupações do arcebispo de Colônia, Henrique de Virneburg) pode ter sido a razão pela qual Nicolau de Estrasburgo, a quem o papa havia dado o encargo temporário dos conventos dominicanos na Alemanha em 1325, conduziu uma investigação sobre a ortodoxia de Eckhart. Nicolau apresentou uma lista de passagens suspeitas do Livro da Consolação a Eckhart, que respondeu em algum momento entre agosto de 1325 e janeiro de 1326 com o tratado Requisitus, agora perdido, que convenceu seus superiores imediatos de sua ortodoxia. Apesar dessa garantia, no entanto, o arcebispo em 1326 ordenou um julgamento inquisitorial.[11][13] Neste ponto, Eckhart emitiu um Documento Vindicativo, fornecendo capítulo e verso do que lhe foi ensinado.[12][14]

Ao longo dos meses difíceis do final de 1326, Eckhart teve o total apoio das autoridades dominicanas locais, como ficou evidente nos três protestos oficiais de Nicolau de Estrasburgo contra as ações dos inquisidores em janeiro de 1327. Em 13 de fevereiro de 1327, antes que os inquisidores do arcebispo pronunciassem sua sentença sobre Eckhart, Eckhart pregou um sermão na igreja dominicana em Colônia, e então fez seu secretário ler um protesto público de sua inocência. Ele afirmou em seu protesto que sempre detestou tudo errado, e se algo do tipo fosse encontrado em seus escritos, ele agora se retrata. O próprio Eckhart traduziu o texto para o alemão, para que seu público, o público vernáculo, pudesse compreendê-lo. O veredicto, então, parece ter ido contra Eckhart. Eckhart negou competência e autoridade aos inquisidores e ao arcebispo, e apelou ao Papa contra o veredicto. Ele então, na primavera de 1327, partiu para Avinhão.[13][15]

Em Avignon, o papa João XXII parece ter criado dois tribunais para investigar o caso, um de teólogos e outro de cardeais. As provas deste processo são escassas. No entanto, sabe-se que as comissões reduziram os 150 artigos suspeitos para 28; o documento conhecido como Votum Avenionense dá, de forma escolástica, os vinte e oito artigos, a defesa de Eckhart de cada um e a refutação dos comissários. Em 30 de abril de 1328, o papa escreveu ao arcebispo Henrique de Virneburg que o caso contra Eckhart estava avançando, mas acrescentou que Eckhart já havia morrido (a erudição moderna sugere que ele pode ter morrido em 28 de janeiro de 1328). A comissão papal acabou confirmando (embora de forma modificada) a decisão da comissão de Colônia contra Eckhart.[11][16][17]

O Papa João XXII emitiu uma bula (In agro dominico), de 27 de março de 1329, na qual uma série de declarações de Eckhart é caracterizada como herética, outra como suspeita de heresia. No final, afirma-se que Eckhart se retratou antes de sua morte de tudo o que havia ensinado falsamente, sujeitando-se e seus escritos à decisão da Sé Apostólica. É possível que a decisão incomum do Papa de emitir a bula, apesar da morte de Eckhart (e do fato de que Eckhart não estava sendo pessoalmente condenado como herege), foi devido ao medo do papa do crescente problema da heresia mística, e pressão de seu aliado Henrique de Virneburg para levar o caso a uma conclusão definitiva.[18][19]

Reabilitação[editar | editar código-fonte]

O status de Eckhart na Igreja Católica contemporânea tem sido incerto. A Ordem Dominicana pressionou na última década do século 20 por sua plena reabilitação e confirmação de sua ortodoxia teológica. O papa João Paulo II expressou opinião favorável sobre essa iniciativa, chegando a citar os escritos de Eckhart, mas o resultado ficou restrito aos corredores do Vaticano. Na primavera de 2010, foi revelado que houve uma resposta do Vaticano em uma carta datada de 1992. Timothy Radcliffe, então Mestre dos Dominicanos e destinatário da carta, resumiu o conteúdo da seguinte forma:[20][21]

Tentamos que a censura fosse levantada sobre Eckhart ... e foram informados de que realmente não havia necessidade, já que ele nunca havia sido condenado pelo nome, apenas algumas proposições que ele deveria ter defendido, e por isso somos perfeitamente livres para dizer que ele é um teólogo bom e ortodoxo.

O professor Winfried Trusen de Würzburg, correspondente de Radcliffe, escreveu em defesa de Eckhart ao cardeal Ratzinger (mais tarde Papa Bento XVI), afirmando:[20][21]

Apenas 28 proposições foram censuradas, mas foram retiradas de seu contexto e impossíveis de verificar, já que não havia manuscritos em Avignon.

Publicações[editar | editar código-fonte]

Manuscrito Soest, Stadtarchiv und Wissenschaftliche Stadtbibliothek, Codex Nr. 33, folium 57 verso, a–b

A publicação da edição crítica moderna das obras alemãs e latinas de Eckhart começou em 1936 e foi concluída em abril de 2022.[22]

Obras latinas[editar | editar código-fonte]

Uma dificuldade com os escritos latinos de Eckhart é que eles representam claramente apenas uma pequena parte do que ele planejava escrever. Eckhart descreve seus planos de escrever um vasto Opus Tripartitum (Obra em Três Partes). Infelizmente, tudo o que existe hoje da primeira parte, o Trabalho de Proposições, é o Prólogo ilustrando a primeira proposição (com Eckhart pretendendo que apenas a primeira parte consista em mais de mil proposições).[23] A segunda parte, chamada de Trabalho de Perguntas, não existe mais. A terceira parte, a Obra de Comentários, é a principal obra latina sobrevivente de Eckhart, consistindo de um Prólogo, seis comentários e cinquenta e seis sermões.[24] Costumava-se pensar que este trabalho foi iniciado enquanto Eckhart estava em Paris entre 1311 e 1313; No entanto, descobertas recentes de manuscritos significam que muito do que sobrevive deve ser datado antes de 1310.[25]

As obras latinas sobreviventes são, portanto:

  • The early Quaestiones Parisiensis (Questões Parisienses).[26]
  • Prologus generalis in Opus tripartitium (Prólogo Geral da Obra em Três Partes).[27]
  • Prologus in Opus propositionum (Prólogo da Obra das Proposições).[28]
  • Prologus in Opus expositionum (Prólogo da Obra dos Comentários).[29]
  • Expositio Libri Genesis (Comentário ao Livro de Gênesis).[30]
  • Liber Parabolorum Genesis (Livro das Parábolas do Gênesis).[31]
  • Expositio Libri Exodi (Comentário ao Livro do Êxodo).[32]
  • Expositio Libri Sapientiae (Comentário ao Livro da Sabedoria).[33]
  • Sermones et Lectiones super Ecclesiastici c.24:23–31 (Sermões e Palestras sobre o vigésimo quarto capítulo de Eclesiástico).[34]
  • Fragmentos do Commentary on the Song of Songs
  • Expositio sancti Evangelii secundum Iohannem (Comentário sobre João)[35]
  • Vários sermões, incluindo alguns preservados na coleção Paradisus anime intelligentis (Paraíso da Alma Inteligente/Paraíso da Alma Intelectual).
  • .[36][37]
  • Um breve tratado sobre o Pai Nosso, em grande parte uma antologia retirada de autoridades anteriores.
  • A Defense.[38]
  • Embora não sejam compostos por Eckhart, também são relevantes os materiais de arquivo do Vaticano relativos ao julgamento de Eckhart, a Votum theologicum (ou Opinião) da comissão de Avignon que investigou Eckhart e a bula In agro dominico.

Obras vernaculares[editar | editar código-fonte]

As questões relativas à autenticidade dos textos do Alto Alemão Médio atribuídos a Eckhart são muito maiores do que para os textos latinos. Os problemas envolvem não apenas se um determinado sermão ou tratado deve ser julgado autêntico ou pseudônimo, mas também, dado o grande número de manuscritos e a condição fragmentária de muitos deles, se é mesmo possível estabelecer o texto para algumas das peças aceitas como genuínas. Os sermões de Eckhart são versões escritas por outros a partir da memória ou de notas, o que significa que a possibilidade de erro era muito maior do que para os tratados latinos cuidadosamente escritos.[39]

A edição crítica das obras de Eckhart tradicionalmente aceitava 86 sermões como genuínos, com base na pesquisa feita por seu editor Josef Quint (1898-1976)[40] durante o século 20. Destes, os Sermões 1–16b são provados autênticos por citação direta na Defesa. Os sermões 17–24 têm afinidades textuais tão próximas com sermões latinos reconhecidos como genuínos que são aceitos. Os sermões 25–86 são mais difíceis de verificar, e os julgamentos foram feitos com base no estilo e no conteúdo.[41] Georg Steer assumiu a editoria em 1983.[42] Entre 2003 e 2016, a edição crítica sob Georg Steer acrescentou mais 30 sermões vernáculos (nºs 87 a 117) nos volumes 4.1 e 4.2. Como existem seis sermões em uma versão A e B (5a-b, 13-13a, 16a-b, 20a-b, 36a-b e 54a-b)[43] o total final de sermões vernáculos é 123 (numerados consecutivamente de 1 a 117).[44]

Quando Franz Pfeiffer publicou sua edição das obras de Eckhart em 1857, ele incluiu dezessete tratados vernáculos que ele considerou terem sido escritos por Eckhart. A erudição moderna é muito mais cautelosa, no entanto, e a edição crítica aceita apenas quatro dos tratados vernáculos de Eckhart como genuínos:

  • O mais longo deles, o Reden der Unterweisung (Conselhos sobre Discernimento/Discursos sobre Instrução/Palestras de Instrução),[45] é provavelmente a primeira obra sobrevivente de Eckhart, um conjunto de instruções espirituais que ele deu aos jovens dominicanos na década de 1290. Era claramente uma obra popular, com cinquenta e um manuscritos conhecidos.[46]
  • Um segundo tratado vernáculo, o Liber Benedictus (Livro "Benedictus"), na verdade consiste em dois tratados relacionados, em primeiro lugar, Daz buoch der götlîchen trœstunge (O Livro da Consolação Divina),[47] e, em segundo lugar, um sermão intitulado Von dem edeln menschen (Do Fidalgo).[48]
  • O último tratado vernáculo aceito como genuíno pela edição crítica intitula-se Von Abgescheidenheit (Sobre o desapego).[49] No entanto, este tratado geralmente não é pensado para ser escrito por Eckhart.[50]

Traduções em português[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. GONZALES, Justo L. (2015). Uma história do pensamento Cristão Vol.2. São Paulo: Cultura Cristã. p. 309-310. 2 páginas 
  2. Colledge, Edmund (1981). "Historical Data". Meister Eckhart: The Essential Sermons, Commentaries, Treatises, and Defense. Colledge, Edmund., McGinn, Bernard. New York: Paulist Press. p. 12. ISBN 0-8091-0322-2
  3. John XXII (27 March 1329). "In Argo Dominico". Meister Eckhart: The Essential Sermons, Commentaries, Treatises, and Defense. Colledge, Edmund., McGinn, Bernard. New York: Paulist Press, 1981. p. 81. ISBN 0-8091-0322-2
  4. This supposition is founded on Eckhart’s frequent citation, with respect, of Albert the Great, who had taught at Cologne until his death in 1280, and more particularly, his statement in his 1294 Easter Sermon that "Albert often used to say: 'This I know, as we know things, for we all know very little.'" (Bernard McGinn, The Mystical Thought of Meister Eckhart (New York: Crossroad Publishing Company, 2001), p.2.)
  5. The evidence for Eckhart's studies in Cologne is similarly circumstantial as recounted in Meister Eckhart, The Essential Sermons, Commentaries, Treatises and Defense, trans. and ed. by Bernard McGinn and Edmund Colledge, New York: Paulist Press, 1981, p.7
  6. McGinn, Eckhart, p.4
  7. The Parisian Questions were first discovered in 1927. They are translated with an introduction in Armand Maurer, ed., Master Eckhart: Parisian Questions and Prologues, (Toronto: Pontifical Institute of Medieval Studies, 1974).
  8. On the possible dating of the works written in this period, see McGinn, Eckhart, pp.5–9.
  9. McGinn, Eckhart, p.9
  10. cf. Urkundenbuch der Stadt Strassburg, iii. 236.
  11. a b c Meister Eckhart, The Essential Sermons, Commentaries, Treatises and Defense, trans. and ed. by Bernard McGinn and Edmund Colledge, New York: Paulist Press, 1981, p.10.
  12. a b McGinn, Eckhart, (2001), p.14
  13. a b cf. the document in Preger, i. 471; more accurately in ALKG, ii. 627 sqq.
  14. In the early twentieth century, the suspicion of Eckhart was often attributed to tensions between Dominicans and Franciscans. This narrative, however, has been replaced by one which emphasizes the broader context of fears concerning the Heresy of the Free Spirit. See Bernard McGinn, The Harvest of Mysticism, (2005), p.103.
  15. McGinn, Eckhart, (2001), p.17
  16. McGinn, Eckhart, (2001), p.17
  17. The general assumption in modern scholarship on Eckhart has been that the date of Eckhart's death is lost. McGinn, Eckhart, (2001), p.17, however, trusts the argument of Walter Senner that a seventeenth-century Dominican source noted that Eckhart was remembered in German convents on 28 January suggesting this day in 1328 was the date of his death. Some early twentieth-century writers suggested Eckhart may have not in fact died, but continued his ministry in anonymity, but there is no single medieval source that supports this suspicion.
  18. The bull is given complete in ALKG, ii. 636–640).
  19. McGinn, Eckhart, (2001), p.18.
  20. a b «Meister Eckhart rehabilitated by the Pope». web.archive.org. 12 de setembro de 2010. Consultado em 23 de março de 2024 
  21. a b Noble, Charissa. «Cage, Satie, and Eckhart: A Hermeneutical Look at John Cage's Appropriation of Eckhart through In A Landscape». Consultado em 23 de março de 2024 
  22. Meister Eckhart: Die deutschen und lateinischen Werke. Herausgegeben im Auftrage der Deutschen Forschungsgemeinschaft. Stuttgart and Berlin: Kohlhammer Verlag, 11 Vols., 1936–2022. The Latin works comprise 6 volumes (widely referred to as LW1–6), while the German works comprise 5 volumes (widely referred to as DW1–5).
  23. Meister Eckhart, The Essential Sermons, Commentaries, Treatises and Defense, trans. and ed. by Bernard McGinn and Edmund Colledge, New York: Paulist Press, 1981, p.64. This Prologue exists in two manuscripts discovered by Denifle – one discovered in Erfurt in 1880, and the other in Kues in 1886.
  24. Meister Eckhart, The Essential Sermons, Commentaries, Treatises and Defense, trans. and ed. by Bernard McGinn and Edmund Colledge, New York: Paulist Press, 1981, p.65.
  25. Bernard McGinn, The Harvest of Mysticism, (2005), p.98.
  26. LW 1:27–83. The English translation is Armand Maurer, ed., Master Eckhart: Parisian Questions and Prologues, Toronto, Canada: Pontifical Institute of Medieval Studies, 1974.
  27. LW 1:148–165. An English translation is in Armand Maurer, ed., Master Eckhart: Parisian Questions and Prologues, Toronto, Canada: Pontifical Institute of Medieval Studies, 1974, pp.77–104.
  28. LW 1:166–182.
  29. LW 1:183–184.
  30. LW 1:185–444. The Prologue and the commentary on Genesis 3 are translated into English in Meister Eckhart, The Essential Sermons, Commentaries, Treatises and Defense, trans. and ed. by Bernard McGinn and Edmund Colledge, New York: Paulist Press, 1981, pp.82–121.
  31. LW 1:447–702.
  32. LW 2:1–227. This is translated into English in its entirety in Meister Eckhart: Teacher and Preacher, trans. and ed. by Bernard McGinn and Frank Tobin, New York and London: Paulist Press/SPCK, 1987, pp.41–146.
  33. LW 2:301–643.
  34. LW 2:29–300. The commentary on Ecclesiasticus 24.29 is translated into English in Meister Eckhart: Teacher and Preacher, trans. and ed. by Bernard McGinn and Frank Tobin, New York and London: Paulist Press/SPCK, 1987, pp.174–181.
  35. LW 3. The commentary on John 1:1–14 is translated into English in Meister Eckhart, The Essential Sermons, Commentaries, Treatises and Defense, trans. and ed. by Bernard McGinn and Edmund Colledge, New York: Paulist Press, 1981, pp.122–173. The commentary on John 14.8 is translated into English in Meister Eckhart: Teacher and Preacher, trans. and ed. by Bernard McGinn and Frank Tobin, New York and London: Paulist Press/SPCK, 1987, pp.182–205.
  36. Around half of the 64 sermons in the Paradisus were by Eckhart, with the majority contributed by Dominicans. On the origin and purpose of the Paradisus (with dates around 1330–40 generally suggested), see Bernard McGinn, The Harvest of Mysticism, (2005), p.321–2 (which reverses some of the arguments of McGinn (2001).
  37. Markus, Professor (22 de abril de 2011). «LW4. An extensive list of English translations of the sermons». Markusvinzent.blogspot.co.uk. Consultado em 21 de fevereiro de 2014 
  38. Selections are translated into English in Meister Eckhart, The Essential Sermons, Commentaries, Treatises and Defense, trans. and ed. by Bernard McGinn and Edmund Colledge, New York: Paulist Press, 1981, pp.71–76.
  39. Meister Eckhart, The Essential Sermons, Commentaries, Treatises and Defense, trans. and ed. by Bernard McGinn and Edmund Colledge, New York: Paulist Press, 1981, p. 66.
  40. «Josef Quint». Eckhart.de. 24 de julho de 2017. Consultado em 24 de julho de 2017 
  41. Markus, Professor (22 de abril de 2011). «An extensive list of English translations of the sermons». Markusvinzent.blogspot.co.uk. Consultado em 21 de fevereiro de 2014 
  42. «Georg Steer». Eckhart.de. 24 de julho de 2017. Consultado em 24 de julho de 2017 
  43. «Predigten». Eckhart.de. 22 de agosto de 2017. Consultado em 12 de fevereiro de 2018 
  44. «Die deutschen Werke». Eckhart.de. 24 de julho de 2017. Consultado em 24 de julho de 2017 
  45. LW 5:137–376.
  46. Bernard McGinn, The Harvest of Mysticism, (2005), p.95.
  47. DW 5:1–105.
  48. DW 5:109–119.
  49. DW 5:400–434. All four vernacular treatises are translated into English in Meister Eckhart, The Essential Sermons, Commentaries, Treatises and Defense, trans. and ed. by Bernard McGinn and Edmund Colledge, New York: Paulist Press, 1981.
  50. Bernard McGinn, The Harvest of Mysticism, (2005), p.632.

Fontes[editar | editar código-fonte]

  • Akhilananda Swami (2012), Hindu Psychology: Its Meaning for the West, Routledge 
  • Algeo, Adele S. (2005), «Beatrice Lane Suzuki and Theosophy in Japan», Theosophical History, XI 
  • Algeo, Adele S. (2007), «Beatrice Lane Suzuki: An American Theosophist in Japan», Quest, 95 (1): 13–17 
  • Boyd-MacMillan, Eolene M (2006), Transformation: James Loder, Mystical Spirituality, and James Hillman, Peter Lang 
  • Herman Büttner, ed., Schriften und Predigten, vol. 1. Jena: Eugen Diederichs, 1903.
  • Herman Büttner, ed., Schriften und Predigten, vol. 2. Jena: Eugen Diederichs, 1909.
  • Augustine Daniels, O.S.B., ed., "Eine lateinische Rechtfertigungsschrift des Meister Eckharts", Beiträge zur Geschichte der Philosophie des Mittelalters, 23, 5 (Münster, 1923): 1 – 4, 12 – 13, 34 – 35, 65 – 66.
  • Fields, Rick (1992), How the Swans Came to the Lake. A Narrative History of Buddhism in America, Boston & London: Shambhala 
  • Ffytche, Matt (2011), The Foundation of the Unconscious: Schelling, Freud and the Birth of the Modern Psyche, Cambridge University Press 
  • Ganapathy (2003), The Way of the Siddhas. In: K. R. Sundararajan, Bithika Mukerji (2003), Hindu Spirituality, Motilal Banarsidass Publ. 
  • Gilchrist, Cherry (1996), Theosophy. The Wisdom of the Ages, HarperSanFrancisco 
  • Gombrich, Richard F. (1996), Theravāda Buddhism. A Social History from Ancient Benares to Modern Colombo, London and New York: Routledge 
  • Hackett, Jeremiah (2012), A Companion to Meister Eckhart, Brill 
  • Hanegraaff, Wouter J. (1996), New Age Religion and Western Culture: Esotericism in the Mirror of Secular Thought, ISBN 978-90-04-10696-3, Boston, Massachusetts, US: Brill Academic Publishers 
  • Johnson, K. Paul (1994), The masters revealed: Madam Blavatsky and the myth of the Great White Lodge, ISBN 0-7914-2063-9, SUNY Press 
  • Johnson, Clint (2023), Paradox at Play: Metaphor in Meister Eckhart's Sermons with Previously Unpublished Sermons, ISBN 978-0-81-323529-5, Catholic University of America Press 
  • Franz Jostes, ed., Meister Eckhart und seine Jünger: Ungedruckte Texte zur Geschichte der deutschen Mystik. Berlin: De Gruyter, 1972 (Series: Deutsche Neudrucke Texte des Mittelalters).
  • Thomas Kaepelli, "Kurze Mitteilungen über mittelalterliche Dominikanerschriftsteller", Archivum Fratrum Praedicatorum 10, (1940), pp. 293 – 94.
  • Thomas Kaepelli, Scriptores ordinis Praedicatorum medii aevi. Vol. I (A-F). Rome, 1970.
  • King, Richard (2002), Orientalism and Religion: Post-Colonial Theory, India and "The Mystic East", Routledge 
  • Gustav Landauer, ed. and trans. Meister Eckharts mystische Schriften. Berlin: Karl Schnabel, 1903.
  • M.H. Laurent, "Autour du procés de Maître Eckhart. Les documents des Archives Vaticanes", Divus Thomas (Piacenza) 39 (1936), pp. 331 – 48, 430 – 47.
  • Lavoie, Jeffrey D. (2012), The Theosophical Society: The History of a Spiritualist Movement, Universal-Publishers 
  • McMahan, David L. (2008), The Making of Buddhist Modernism, ISBN 978-0-19-518327-6, Oxford University Press 
  • Michaelson, Jay (2009), Everything Is God: The Radical Path of Nondual Judaism, Shambhala 
  • Moran, Dermot (2012), Meister Eckhart in 20th Century Philosophy. In: Jeremiah Hacket (2012), A Companion to Meister Eckhart, Brill 
  • Partridge, Christipher Hugh (2006), Understanding the Dark Side: Western Demonology, Satanic Panics and Alien Abduction, University of Chester 
  • Franz Pelster, S.J., ed., Articuli contra Fratrem Aychardum Alamannum, Vat. lat. 3899, f. 123r – 130v, in "Ein Gutachten aus dem Eckehart-Prozess in Avignon", Aus der Geistewelt des Mittelalters, Festgabe Martin Grabmann, Beiträge Supplement 3, Munster, 1935, pp. 1099–1124.
  • Franz Pfeiffer, ed. Deutsche Mystiker des vierzehnten Jahrhunderts, vol. II: Meister Eckhart. 2nd ed. Göttingen: Vandenhoeck, 1906.
  • Josef Quint, ed. and trans. Meister Eckehart: Deutsche Predigten und Traktate, Munich: Carl Hanser, 1955.
  • Josef Quint, ed., Textbuch zur Mystik des deutschen Mittelalters: Meister Eckhart, Johannes Tauler, Heinrich Seuse, Halle/Saale: M. Niemeyer, 1952.
  • Rambachan, Anatanand (1994), The Limits of Scripture: Vivekananda's Reinterpretation of the Vedas, University of Hawaii Press 
  • Renard, Philip (2010), Non-Dualisme. De directe bevrijdingsweg, Cothen: Uitgeverij Juwelenschip 
  • Rubin, Bruce Joel, Jacob's Ladder. Mark Mixson, general editor, The Applause Screenplay Series, Applause Theatre Book Publishers, 1990. ISBN 1-55783-086-X.
  • Schurmann, Reiner (2001), Wandering Joy: Meister Eckhart's Mystical Philosophy, Lindisfarne Books 
  • Sinari, Ramakant (2000), Advaita and Contemporary Indian Philosophy. In: Chattopadhyana (gen.ed.), "History of Science, Philosophy and Culture in Indian Civilization. Volume II Part 2: Advaita Vedanta", Delhi: Centre for Studies in Civilizations 
  • Suzuki, Daisetz Teitaro (1957), Mysticism: Christian and Buddhist, Allen & Unwin 
  • Gabriel Théry, "Édition critique des piéces relatives au procés d'Eckhart continues dans le manuscrit 33b de la Bibliothèque de Soest", Archives d'histoire littéraire et doctrinal du moyen âge, 1 (1926), pp. 129 – 268.
  • Tweed, Thomas A. (2005), «American Occultism and Japanese Buddhism. Albert J. Edmunds, D. T. Suzuki, and Translocative History» (PDF), Japanese Journal of Religious Studies, 32 (2): 249–281, consultado em 19 de abril de 2013, cópia arquivada (PDF) em 22 de maio de 2012 
  • James Midgely Clark, Meister Eckhart: An Introduction to the Study of His Works with an Anthology of His Sermons, Edinburgh: Thomas Nelson, 1957.
  • Shizuteru Ueda, Die Gottesgeburt in der Seele und der Durchbruch zur Gottheit. Die mystische Anthropologie Meister Eckharts und ihre Konfrontation mit der Mystik des Zen-Buddhismus, Gütersloh: Mohn, 1965.
  • Reiner Schürmann, Meister Eckhart: Mystic and Philosopher, Bloomington: Indiana University Press, 1978.
  • Matthew Fox, ed., Breakthrough: Meister Eckhart's Creation Spirituality in New Translation, Garden City, New York: Doubleday, 1980.
  • Bernard McGinn The Mystical Thought of Meister Eckhart: The Man from whom God Hid Nothing, (New York: Herder & Herder, 2001)

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Mestre Eckhart
Wikiquote
Wikiquote
O Wikiquote possui citações de ou sobre: Mestre Eckhart